Sete criminosos são mortos durante tentativa de assalto a bancos em Paraí

  • 06/03/2020
Sete criminosos são mortos durante tentativa de assalto a bancos em Paraí

Alvo dos bandidos eram agências do Sicredi e do Banco do Brasil. Nenhum policial ficou ferido


A sequência de disparos que alvoroçou a silenciosa Paraí, na madrugada desta sexta-feira (6), marcou um plano frustrado de criminosos que pretendiam explodir duas agências bancárias na área central do município de 7,6 mil habitantes da serra gaúcha. A Brigada Militar se antecipou à ação do bando, que acabou interceptado no momento do ataque ao Sicredi e ao Banco do Brasil.

Com armas longas e pistolas, os assaltantes reagiram abrindo fogo contra os policiais militares, que revidaram. Os sete ladrões tombaram mortos.

Além dos armamentos, os bandidos ainda portavam explosivos, que seriam empregados para conseguir acessar os valores dos caixas eletrônicos e cofres. No entanto, não houve tempo para que eles fossem detonados. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Brigada Militar foi acionado por conta dos dispositivos, que ficaram no local.

Dois dos assaltantes usavam moletons da Polícia Civil. Com eles também foram encontradas máscaras e miguelitos — ferros ou pregos retorcidos empregados para furar pneus e impedir a perseguição policial. Os criminosos chegaram ao município em dois veículos, por volta da 1h30min:

— Tem três criminosos mortos dentro da agência do Banco do Brasil e outros quatro nos arredores da agência do Sicredi — descreveu, ainda durante a madrugada, o policial civil do município Silvano Mezzomo.


De casa, a cerca de quatro quilômetros do local do ataque, o prefeito Gilberto Zanotto conseguiu ouvir com o tiroteio.

— Foi um pânico muito grande. A cidade está mobilizada, pois é uma coisa inédita — afirmou à Rádio Gaúcha, lembrando ainda que o município conta com sistema de câmeras de segurança que pode colaborar na investigação.

A ação da Brigada Militar
O confronto entre a BM e os criminosos não aconteceu ao acaso. A ofensiva faz parte da Operação Angico, ação de prevenção a roubos e furtos de bancos no interior do Rio Grande do Sul. Subcomandante-geral da corporação, o coronel Vanius Cesar Santarosa confirmou que a polícia já tinha informações sobre um possível ataque na região.

— Colocamos nossos agentes próximos de locais estratégicos. Foi uma ação cirúrgica, rápida. Os criminosos optaram pelo confronto. Houve intensa troca de tiros — disse.

Desde a noite de quinta-feira (5), os policiais já estavam preparados para um possível ataque a banco na Serra. Paraí se encaixa no perfil alvo de assaltantes de bancos: entre 2009 e 2018, 60% dos municípios gaúchos com menos de 10 mil habitantes foram alvos de ataques a agências bancárias.

Um dos motivos é que essas cidades, em geral, contam com menos policiamento. No caso desta sexta, no entanto, a inteligência policial já havia detectado os movimentos do grupo criminoso.

O período de início de mês é considerado mais crítico, por conta do risco de assaltos. Entre o final da noite e o início da madrugada, 32 policiais de batalhões de Caxias do Sul e Bento Gonçalves foram descolocados a Paraí.

— Talvez eles tenham achado que seriam guarnições da cidade, mas eram policiais bem armados, e, infelizmente, em decorrência da opção que eles escolheram, acabaram em óbito — definiu o comandante-geral da Brigada Militar, Rodrigo Mohr Picon, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.

Por outro lado, o comandante afirmou que a polícia busca interceptar a ação dos bandidos antes que eles cheguem ao alvo e afetem as comunidades do Interior.

— Temos que melhorar mais. Não podemos chegar até este ponto de haver confronto. Estamos cada vez mais especializando a inteligência para que antes (da ação criminosa) possamos realizar a prisão, até porque eles andam armados, com veículo roubado — afirmou o comandante-geral.

Conforme o delegado João Paulo de Abreu, titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), pistolas, submetralhadora e espingardas foram encontradas nas agências. Também havia material explosivo nos dois bancos, que não chegaram a ser detonados.

— Eles entram com marretas, quebram as vidraças e depois forçam os caixas com pés-de-cabra. Pelo que vimos inicialmente não deu tempo de acessar nenhum terminal para retirar o dinheiro — explica.

Fonte: Gaúcha ZH

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