Desmoronamento em Gramado foi causado por movimento de massa, diz prefeitura

  • 29/11/2023
(Foto: Reprodução)
Fenômeno acontece, principalmente, quando chove muito e a água fica acumulada no solo. Não há previsão de liberação para a volta das famílias que moram nas áreas classificadas pelo relatório como de risco elevado. Prédio que desabou em Gramado estava interditado desde 2020 O relatório técnico sobre as áreas interditadas e com risco de desmoronamento em Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, foi concluído na noite de terça-feira (28) e divulgado nesta quarta (29). De acordo com a prefeitura, o documento, assinado por uma empresa de engenharia e geotecnia, confirmou que movimentos de massa, ocasionados pelas fortes chuvas dos últimos meses, causaram a queda de um prédio com cinco pavimentos na semana passada. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O relatório dividiu o bairro Três Pinheiros, onde o prédio desabou, em três áreas: locais de baixo risco, locais de risco moderado e locais de risco elevado de danos. (Veja mapa com as indicações abaixo) Classificação das áreas de risco em Gramado, conforme a prefeitura Divulgação/Prefeitura de Gramado Conforme a prefeitura, nas áreas de baixo risco, a população poderá retornar para casa já nesta quarta-feira (29). Nas áreas consideradas de risco moderado, os moradores poderão voltar após a realização de ações da prefeitura para estabilização do local. As obras previstas incluem a colocação de um talude no muro de contenção junto a Perimetral, drenagem e remoção de árvores de grande porte e instalação de pontos de monitoramento com dois pluviômetros. O Executivo informou que o início dos trabalhos está previsto para a quinta-feira (30), sem interrupção nos finais de semana. Não há previsão de liberação para a volta das famílias que moram nas áreas classificadas como de risco elevado. "É importante destacar que, a qualquer momento, poderá ser solicitada nova evacuação caso sejam identificados indícios de ruptura iminente ou sejam atingidos os limites pluviométricos definidos para o monitoramento. A comunicação para uma possível nova evacuação do bairro está sendo ajustada entre a Prefeitura e os moradores", diz a prefeitura em seu site oficial. Locais de baixo risco de danos (área verde): Compreende 81 edificações no bairro Três Pinheiros e 2 edificações no bairro Planalto. Famílias dessa área retornam para suas residências nesta quarta-feira (29). Locais de risco moderado de danos (área amarela): Compreende 30 edificações do bairro Três Pinheiros. Famílias dessa área retornam para suas residências após obras realizadas pelo Executivo Municipal. Locais de risco elevado de danos (área vermelha): Todo loteamento Don Felipe, 1 edificação no bairro Planalto e 15 edificações no bairro Três Pinheiros. Famílias destas áreas ainda não têm previsão de retorno. Segundo o vice-prefeito de Gramado, Luia Barbacovi, há outros locais de risco, como o Loteamento Orlandi, o bairro Piratini e regiões do interior. As áreas também estão sendo monitoradas, conforme o político. No bairro Piratini, moradores relataram a presença de rachaduras em residências, tremores de terrenos e movimentação do solo após uso frequente de explosivos para detonar pedras em obra para abertura de uma via na região. Na sexta-feira (24), a prefeitura informou que suspendeu as obras de forma preventiva. Arte pela RBS na semana do desabamento de prédio Reprodução/RBS TV Na terça (28), o perfil oficial da prefeitura de Gramado fez publicação no Instagram informando sobre o Executivo manter as ações de contenção aos danos causados chuvas. Já a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos tem atuado na liberação de vias interditadas por conta das quedas de barreiras e deslizamentos na cidade. "A Prefeitura segue atuando para conter os danos causados pelas fortes chuvas dos últimos dias. Defesa civil, equipes técnicas do Município e Bombeiros seguem em campo monitorando as áreas de risco e ajudando no isolamento. Geólogos e outros técnicos estão prestando assessoramento para direcionar as ações da prefeitura. Já o Corpo de Bombeiros coordena o Sistema de Comando de Incidente", menciona a publicação. População fora de casa Mais de 500 pessoas seguem fora de casa em Gramado, na Serra, após o solo da cidade apresentar rachaduras, segundo informa a prefeitura do município. A maioria dos moradores que precisaram sair de casa por risco de desmoronamento estão em casas de parentes e amigos. No entanto, cerca de 45 pessoas precisaram se abrigar em dois ginásios do município, em espaços oferecidos pelo poder público. 'Ninguém merece', diz desabrigada após rachaduras em Gramado Estado de calamidade A prefeitura decretou estado de calamidade no dia 24. De acordo com o Executivo, em um dos bairros mais afetados, o Três Pinheiros, cerca de 120 famílias precisaram sair de suas residências. "[Quantidade de] água nunca vista, principalmente no bairro Três Pinheiros. A água foi o fenômeno que ocasionou todos esses deslizamentos. Muita quantidade de chuva durante o ano acumulada no solo. Chegou um momento em que ela disse 'vou ter que sair, estão me prendendo aqui o ano inteiro' e começou a sair. Junto com ela está vindo o desabamento, as rachaduras", explicou o prefeito Nestor Tissot (PP) em entrevista coletiva. Desabamento de prédio O prédio que desabou no dia 23 de novembro estava interditado pela Defesa Civil do município desde julho de 2020. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Planejamento, Urbanismo e Publicidade, Rafael Bazzan Barros, durante coletiva de imprensa realizada na última sexta (24). Prédio desaba em Gramado após cidade apresentar rachaduras Segundo a prefeitura, o projeto para construção do prédio foi protocolado em 2003. A aprovação ocorreu no ano seguinte. O Habite-se (certidão que atesta que o imóvel está pronto para ser habitado e atende as exigências legais) foi autorizado em 2010. Prédio desaba em Gramado após cidade apresentar rachaduras no solo Imagens cedidas O Residencial Condado Ana Carolina ficava na encosta do Vale do Quilombo, uma área verde com picos de até 850 metros, a cerca de 10 minutos do centro da cidade. O empreendimento apresentava uma área total construída de 3.363,64 m² em cinco pavimentos. O prédio era cercado por hotéis de luxo e tinha apartamentos que valem mais de R$ 1 milhão. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local segue isolado, pois a instabilidade no solo permanece. VÍDEO: conheça interior de um apartamento do prédio que desabou em Gramado Movimento de massa: entenda fenômeno De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o que pode ter ocorrido em Gramado é conhecido como "movimento de massa". Esse fenômeno acontece, principalmente, quando chove muito e a água fica acumulada no solo. "A saturação de água no solo, agravada pelos recentes episódios de chuvas no Rio Grande do Sul, está entre as condições capazes de propiciar o fenômeno", diz a Defesa Civil. O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia comunicou que a região de Gramado "apresenta características para movimentos de massa e inundações". O Serviço Geológico do Brasil indica que o movimento de massa causa diversas instabilidades do solo. Entre as consequências da instabilidade, estão: tombamento de blocos terrestres, deslizamento e desabamento de terrenos. De acordo com o geólogo Diogo Rodrigues, chefe do Departamento da Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil, movimentos de massa são movimentos gravitacionais responsáveis pela mobilização de solo, sedimentos, vegetação ou rochas pela encosta abaixo, geralmente potencializados pela ação da água. Os principais tipos de movimentos de massa são: Quedas, tombamentos e rolamentos de blocos Rastejo (podendo evoluir para deslizamento) Deslizamentos Fluxo de detritos e lama Subsidência e colapsos (mais raro no RS) Estado do asfalto em bairro de Gramado com o surgimento de rachaduras Cid Guedes / Reprodução VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/11/29/relatorio-gramado-desaba.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Anunciantes